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A Importância dos Ajustes no EBITDA em Fusões e Aquisições

O EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization) é uma métrica amplamente utilizada para avaliar o desempenho operacional de uma empresa. Em processos de fusões e aquisições (M&A), ajustar o EBITDA se torna crucial para representar com precisão a capacidade de geração de caixa das empresas envolvidas. Ao eliminar os efeitos de decisões de financiamento, políticas fiscais e métodos contábeis, o EBITDA oferece uma visão mais clara e comparável do desempenho financeiro. No entanto, para que essa métrica seja realmente eficaz, é necessário fazer ajustes específicos para que o EBITDA reflita a realidade operacional contínua das empresas.

Por que Ajustar o EBITDA?

O principal objetivo dos ajustes no EBITDA é garantir que ele reflita de forma justa e precisa a capacidade operacional de uma empresa. Esses ajustes são essenciais para que compradores e vendedores possam obter uma visão mais realista do valor da empresa, eliminando distorções causadas por eventos não recorrentes, sinergias futuras e transações entre partes relacionadas. A transparência nesses ajustes é vital para o sucesso das negociações, assegurando que todas as partes compreendam claramente o desempenho financeiro da empresa.

Principais Ajustes no EBITDA

1. Remoção de Itens Não Recorrentes: Ganhos ou perdas extraordinárias, como os provenientes da venda de ativos, são excluídos para evitar distorções. Isso assegura que o EBITDA represente a média das operações típicas da empresa, sem ser afetado por eventos excepcionais que não se repetirão.

2. Custos de Reestruturação: Despesas associadas a reestruturações, como demissões ou fechamento de unidades, são ajustadas. Esses custos, por serem temporários, não refletem a operação normal e contínua da empresa.

3. Sinergias Futuras: Em processos de fusões, é comum ajustar o EBITDA para considerar sinergias ainda não realizadas, como economias de escala e melhorias de eficiência. Isso permite que o valor potencial de integração seja incluído, mesmo que tais sinergias ainda não tenham sido concretizadas.

4. Compensações de Gestão: Ajustes são feitos para remover benefícios não recorrentes e bônus extraordinários pagos à equipe de gestão. Isso ajuda a refletir um nível mais sustentável de despesas, alinhado com a operação contínua da empresa.

5. Normalização de Receita: Ajustes são realizados para suavizar flutuações significativas de receita, garantindo que o EBITDA represente a média das operações típicas. Isso é particularmente útil para empresas sujeitas a sazonalidades ou eventos esporádicos.

Métodos Adicionais de Ajuste

1. Transações “Off Book”: Ajustar as demonstrações financeiras para incluir receitas ou despesas que não foram formalmente registradas, garantindo a precisão da DRE normalizada e a inclusão de todos os impostos pertinentes.

2. Preços Fora do Mercado: Corrigir transações que ocorreram a preços não condizentes com o valor de mercado para que a avaliação financeira da empresa seja mais realista.

3. Despesas com Ativos Redundantes: Eliminar custos relacionados a ativos que não são essenciais para a operação principal da empresa, como propriedades ou veículos subutilizados.

4. Salários dos Proprietários: Ajustar pró-labores ou salários de proprietários que estejam fora dos padrões de mercado, assegurando que a avaliação do EBITDA seja comparável com outras empresas do setor.

5. Contratação via PJ: Normalizar despesas com funcionários contratados como pessoas jurídicas, considerando encargos trabalhistas e potenciais riscos de regularização de vínculo empregatício.

6. Desenvolvimento de Software: Capitalizar salários de desenvolvedores dedicados à criação de novos aplicativos, o que reduz as despesas operacionais e aumenta o EBITDA.

7. Ajuste de Aluguéis: Ajustar aluguéis para refletirem o valor de mercado, especialmente quando os valores pagos divergem significativamente dos padrões de mercado.

8. Despesas Extraordinárias: Excluir despesas que não ocorreram nos últimos 12 meses e que não estão previstas para os próximos 12 meses, como processos judiciais ou consultorias pontuais.

9. Reparos e Manutenção: Reclassificar despesas que deveriam ser contabilizadas como CAPEX (investimentos), corrigindo a categorização para evitar impactos negativos no EBITDA.

Exemplos Práticos de Ajustes

Litígios Legais: Custos relacionados a litígios resolvidos são removidos, pois são considerados eventos não recorrentes.

Reestruturação Organizacional: Exclusão de despesas com demissões e fechamentos de unidades, que são vistos como eventos pontuais.

Bônus Executivos: Ajuste do EBITDA para excluir bônus únicos concedidos devido a eventos específicos, como a venda de uma divisão da empresa.

Aluguéis de Mercado: Correção de despesas de aluguel para refletir valores de mercado, garantindo uma avaliação justa do desempenho operacional.

Conclusão

Ajustes no EBITDA são fundamentais para assegurar que essa métrica represente com precisão a capacidade operacional e o potencial de geração de caixa de uma empresa durante um processo de M&A. Ao realizar ajustes apropriados, é possível obter uma avaliação mais justa e transparente, facilitando negociações informadas e aumentando as chances de sucesso na transação. Esses ajustes fornecem uma base sólida para que compradores e vendedores possam avaliar o verdadeiro valor das empresas, permitindo decisões estratégicas mais bem embasadas.

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Higor Rocha

Head de M&A e Estruturação de Projetos da J2L Partners desde 2023

Profissional autodidata, analítico, comunicativo e orientado a resultados, tem sete anos de experiência, tanto em corporações financeiras robustas, quanto em startups inovadoras.

Formado em Engenharia Mecânica pela UFMG e candidato a certificação CFA (level 3), possui um histórico sólido de transações bem-sucedidas em diversos setores, incluindo serviços financeiros, tecnologia, saúde e bens de consumo. 

 

Pedro Lanza

Head Jurídico
da J2L Partners desde 2016

Experiência como advogado tributarista de escritórios de advocacia de renome nacional, como Machado Associados e Sacha Calmon Mizabel Derzi Consultores e Advogados;

Graduado em Direito pela Faculdade de Direito Milton Campos – MG e Pós Graduado em Direito Tributário pela GVLaw – SP;

Possui MBA em finanças pelo IBMEC

João Marcos Aleixo

Analista de M&A e Estruturação de Projetos
da J2L Partners desde 2023

Começou sua trajetória na J2L em janeiro de 2021 como estagiário, onde aprimorou suas habilidades e se familiarizou com os diversos aspectos do M&A. 

Sua paixão pela área e busca constante por conhecimento o levaram a se destacar e, em pouco tempo, se tornar um membro valioso da equipe. 

Nos últimos anos, participou de importantes transações nos setores de logística e saúde. 

Fora da J2L, João se envolveu em projetos acadêmicos que demonstram sua versatilidade e aptidão para negócios. Como membro da Escola de Negócios da UFRJ – Consulting Club, participou da criação e implantação do processo avaliativo para novos membros. 

Lúcio Otávio

Membro do Conselho de Administração ,
CEO e fundador da J2L Partners.

Mais de 30 anos de experiência em posições executivas

Trabalhou durante 14 anos no Grupo Andrade Gutierrez, sendo Diretor de Investimentos sua última posição

Foi membro do Conselho de Administração da Oi S.A. e da Santo Antônio Energia

Foi responsável pela estruturação de projetos como Hidrelétrica de Santo Antônio e Aeroporto de Quito – sendo esse último eleito pela revista Project Finance o Latin American Transport Deal of the Year no ano de 2006

Gestor de investimentos credenciado pela CVMGraduado em Administração pela FUMEC – MG e MBA em Finanças pelo IBMEC.

Líbano Barroso

Membro do Conselho de Administração e
fundador da J2L Partners, e CEO da Rodobens

Mais de 30 anos de experiência em posições executivas

Posições nos últimos 15 anos: Membro do conselho de Administração da Via Varejo, Estácio, Ri Happy e Intermédica. CEO da Via Varejo, Vice Presidência do Grupo Pão de Açúcar, CEO da TAM, CFO da LATAM Airlines, CEO da Multiplus e CFO da CCR

Responsável pela idealização e estruturação da Multiplus e da CCR (incluindo sua Oferta Pública Inicial), e pela fusão LAN/TAM

Graduado em Economia pela UFMG – MG, MBA em finanças pelo IBMEC e Pós-graduado em Direito Empresarial pela FGV.

João Lanza

Membro do Conselho de Administração e fundador da J2L Partners,
e Diretor-fundador da Mundinvest CTVM.

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Posições nos últimos 15 anos: Membro do Conselho da BOVESPA, Membro do Conselho da BSM – BM&F BOVESPA (supervisão de mercados) e Presidente da APIMEC-MG

Gestor de investimentos credenciado pela CVM, responsável por administrar carteiras de clubes de investimento na Mundivest.

Graduado em Administração pela FUMEC – MG.